29 de mai. de 2012


Encontro de Parteiras no Amapá

Amazônia – Encontro das parteiras cumpriu objetivos



As parteiras tradicionais são um patrimônio humano e social do nosso Estado”, afirmou a deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) durante o II Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais. “Não compreendo como elas foram abandonadas durante tanto tempo. São mulheres guerreiras, corajosas e, sobretudo, de presença insubstituível nas localidades onde a saúde é difícil de chegar, como nas longínquas beiras de rio, nas aldeias, nas brenhas das florestas… A partir de agora elas terão todo o apoio e ajuda do Estado para cumprirem sua missão”, arrematou a socialista.

De fato, durante os oito anos que antecederam o atual governo do PSB, o projeto Parteiras Tradicionais do Amapá não recebeu atenção do Estado. O último encontro internacional das parteiras tradicionais ocorreu em 1998.

Agora, o Governo do Amapá realizou, entre os dias 22 a 26 de maio, o II Encontro Internacional das Parteiras Tradicionais. O evento foi coordenado pelas Secretarias de Inclusão e Mobilização Social, da Saúde, IEPA (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá) e Escola de Administração Pública do Estado. A deputada federal Janete Capiberibe, responsável pela implantação do Projeto Parteiras, no Amapá, entre 1995 e 2002, supervisionou pessoalmente todas as etapas da organização e do Encontro.

Mais de 90 parteiras tradicionais do Amapá frequentaram oficinas sobre procedimentos de assistência a partos (novas técnicas, higiene, prevenções, uso correto dos equipamentos médicos, dentre outros) e, ao final do curso, cada uma recebeu um kit parteira, do programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde.

Parteiras de vários Estados brasileiros e da América Latina, pesquisadores, representantes dos governos federal e estaduais e de organizações da sociedade civil participaram dos dois dias do Encontro.

O Grupo Curumim, através do projeto “Parteiras tradicionais: inclusão e assistência do parto domiciliar no SUS”, ratificou o compromisso de continuar prestando assessoria às parteiras do Amapá. O objetivo é que elas possam exercer seu trabalho com segurança, humanização e que respeito às diversidades geográficas, sociais e étnico-culturais próprias das parteiras tradicionais, indígenas e quilombolas. A troca de experiências se dará pelo fortalecimento do vínculo da entidade com as parteiras tradicionais, como estratégia para a promoção da saúde e redução da morbimortalidade materna e neonatal no Brasil.

Ao final do Encontro, as parteiras tradicionais apresentaram sugestões e reivindicações para melhorarem seu trabalho. As propostas integram a Carta do Encontro das Parteiras Tradicionais que será enviada a diversas instâncias do poder público para que tomem providências conforme as manifestações do segmento. As reivindicações mais constantes trataram de transporte (lanchas e custeio de combustível e outros), medicamentos, remuneração e capacitação.

Apoio do Ministério da Saúde
Thereza Delamare, diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (Dapes) do Ministério da Saúde, representou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. Ela aprovou e agradeceu ao povo amapaense a atenção que dedica às parteiras do Brasil manifestada na realização do II Encontro internacional das Parteiras Tradicionais e ressaltou a importância das parteiras para as mulheres que não têm o acesso à saúde. “Elas têm um dom, que é de trazer a vida. São profissionais que vêm de raízes, que resgatam toda a história do Amapá e do Brasil. Declaro meu orgulho em ver de perto o empenho de todos que fizeram com que esse momento fosse realizado”.

Palavra da parteira – Maria José, do município de Amapá, disse que o evento reconheceu o valor e a importância do trabalho realizado pelas parteiras. “A gente chega até a auxiliar nos trabalhos domésticos da cozinha, da lavagem da roupa, do cuidado com as crianças, além de assistir à mãe após o parto, observando sintomas e orientando sobre registro de nascimento e vacinações”, diz a parteira.

Ritual do Fogo encerrou II Encontro das Parteiras
As parteiras, que têm por missão “pegar” meninos, como se diz na Amazônia às pessoas que ajudam as grávidas a dar à luz, acreditam que o seu trabalho vem de um dom de Deus, abençoado pelas forças da terra, da água e do ar.
É assim que, para reverenciar esses elementos da natureza, parteiros e parteiras – índios, quilombolas, evangélicos, ribeirinhos e urbanos fecharam o Encontro com um ritual de magia e superstição, chamado Ritual do Fogo.

O ritual – Com tochas e ramos de açaizeiro, as parteiras se unem em momento de fé, orando, cantando, pedindo proteção aos santos e à natureza para que abram os seus caminhos e nada as impeça de realizar um bom parto.

Para as parteiras e os parteiros, o fogo representa a vida, a água, a bolsa amniótica e a terra, a nova geração. “Todos nós viemos do pó e para o pó voltamos”, explica uma das parteiras.
Munidas de sabedoria, coragem e solidariedade, as parteiras vêm “pegando meninos” há gerações. Algumas delas foram iniciadas na jornada por parteiras mais velhas da própria família – suas mães, tias, avós.

Esse conhecimento empírico ganhou respeitabilidade e reconhecimento ao longo das últimas décadas, chamando a atenção de pesquisadores, das mídias nacional e internacional e do Ministério da Saúde (MS).

Texto: Euclides Moraes
Gabinete da deputada federal Janete Capiberibe – PSB/AP

Fonte: Amazônia Brasil Rádio Web

19 de mai. de 2012

Sistema público de saúde não incentiva o parto normal

Por Paloma Rodrigues - paloma.rodrigues@usp.br
Publicado em 04/05/2012

A maioria dos hospitais da rede pública de saúde do Estado de São Paulo ainda não segue o modelo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a realização de partos. A instituição recomenda que seja incentivado o parto normal, em detrimento das cesarianas, bem como que os procedimentos sejam humanizados e ofereçam uma assistência segura com o uso apropriado das tecnologias para as gestantes e bebês. Segundo a obstetriz da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, Claudia de Azevedo Aguiar,  “o profissional da saúde geralmente não tem o preparo para lidar com as emoções da mulher. Sua vontade e seu bem-estar não são priorizados na hora do parto”.

Hospitais ainda não seguem recomendação da OMS de incentivar partos normais
 
Claudia é autora da dissertação de mestrado Práticas obstétricas e a questão das cesarianas intraparto na rede pública de saúde de São Paulo, que analisou prontuários de 158 parturientes de dois hospitais da rede pública de São Paulo, localizados na Zona Leste da capital. Um deles utilizava o modelo humanizado (Centro de Parto Normal) e o outro o modelo tradicional, com centro obstétrico. O estudo foi apresentado na Faculdade de Saúde Pública (FSP), orientado pela professora Ana Cristina D’Andretta Tanaka, também da FSP.

O parto humanizado prevê assistência total à mulher durante o trabalho de parto, visando seu conforto. “O que tem que ficar claro é que esse não é um momento de glorificação do profissional, mas um momento da mulher e o que tem que ser valorizado é a relação mãe-bebê”.

As mulheres analisadas eram consideradas saudáveis, o que as colocava na condição ideal para a realização do parto normal. Entretanto, por motivos diversos — esclarecidos de forma bastante contraditória nesses prontuários — elas foram submetidas à cesariana. “Algumas intercorrências podem levar a uma mudança de planos na realização do parto. O que ficou claro no estudo é que muitas mulheres poderiam ter seus bebês pelo parto normal, mas em função de intervenções excessivas ou por uma decisão arbitrária médica, elas foram impedidas”.

Dentre as ações envolvendo o parto humanizado, registradas desde 1996 nas Recomendações da OMS, estão: elaboração de um plano pessoal que determine onde e por quem será assistido o nascimento, direito ao leito hospitalar no ato do parto, oferecer líquidos orais durante o trabalho de parto (no modelo tradicional, ainda se adota o jejum, o que já foi esclarecido pela Medicina Baseada em Evidências como prejudicial para a saúde da mulher e do bebê) e não utilizar métodos invasivos e farmacológicos para alívio de dor durante o trabalho de parto, mas alternativas como massagens e técnicas de relaxamento.
No Brasil, a questão do acompanhante virou lei. Em 2005 entrou em vigor a lei nº 11.108, que diz “Os serviços de saúde do Sistema Público de Saúde, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”. Contudo, uma das justificativas que Claudia teve da dirigente do hospital tradicional foi de que, por serem salas coletivas, os acompanhantes inibem as outras gestantes e lhes causam desconforto. Para Claudia, a justificativa não se vale, “elas apelam para a justificativa da falta de estrutura para dizer que não é possível garantir privacidade e acompanhamento para todas as mulheres, o que de fato não é uma justificativa válida já que essa obrigação é do estado”.

Falhas

Mesmo no hospital que utilizava técnicas do parto humanizado, pode se constatar falhas. Segundo Claudia, apesar de alguns direitos serem respeitados, como acompanhante, outros pontos são deixados de lado. “As gestantes ainda são submetidas a substâncias químicas e farmacológicas para acelerar as contrações e isso pode ser extremamente danoso para mulher e para o bebê”.

Uma substância muito utilizada é a ocitocina. Ela aumenta as contrações intrauterinas, o que acelera a dilatação da mulher, mas em contrapartida causa muitas dores na gestante. Ela é altamente danosa para o corpo humano, quando utilizada incorretamente e só é recomendada em casos extremos, quando as contrações estão abaixo do normal ou quando há parada na progressão do trabalho de parto.
O que ainda precisa ser melhorado é o atendimento, com um treinamento dos profissionais focado na humanização da saúde. “O curso de obstetrícia da USP foca muito nessa questão, mas vi que outras formações deixam isso de lado e o profissional passa a ser apenas alguém que tem de realizar seu serviço, o mais rápido possível”.

Cláudia destaca que o parto normal garante uma recuperação muito mais rápida à mulher, a mãe pode ficar com o bebê o tempo todo — o que não acontece na cesariana — há menos perda de sangue e menos uso de medicamentos e taxa de mortalidade menor. “Infelizmente, a cultura popular cultiva uma visão errada do parto normal, como algo muito doloroso. Claro que existe dor, mas todas as mulheres são capazes de passar pelo parto normal”, afirma.

Foto: Wikimedia Commons

Matéria publicada em Agência USP de Notícias

 

Mulheres optam pelo parto em casa, uma das formas mais naturais de ter filho

 Essa mães revelam para o Estado de Minas por que tomaram essa decisão, vivenciando cada detalhe e quebrando tabus



Publicação: 13/05/2012 11:55 Atualização: 13/05/2012 12:11

 (Kalu Brum/Divulgacao )
Não é um retrocesso. Elas preferem dar o nome de revolução. Esclarecidas, jovens e originárias da classe média de Belo Horizonte, elas tiveram a coragem de ir contra um sistema já estabelecido, disseram não a doutores renomados, estão jogando por terra antigos conceitos e, mais que isso, tomaram as rédeas de suas próprias decisões. Convictas de que estão no caminho certo, tampouco se importam se, nos tempos de hoje, as críticas são severas. Não querem polêmicas, só o direito único, indescritível, particular e belo de ser mãe na mais pura essência da palavra. Deram à luz respeitando o ritmo e o ciclo da natureza, que não se atrasa nem antecipa, simplesmente acontece.

São mães que enxergam no parto o nascimento de seu filho e de si como mulher. E que acreditam que para mudar o mundo é preciso, antes de tudo, mudar a forma de nascer. Aproveitando cada contração, elas fizeram do grito uma celebração à vida e da dor uma glória. Não aceitaram uma assistência ao parto baseada no medo e desconhecimento, questionaram os doutores sobre o porquê da anestesia obrigatória (“É assim e pronto”, respondeu o obstetra a uma delas) e, mesmo sob protestos, bateram o pé pelo poder de escolher vivenciar tudo o que ocorre no exato momento de ser mãe.

Conseguiram. Longe das salas frias de hospitais, sem a parafernália médica e sem seguir protocolos, essas mulheres pariram em casa, no aconchego do lar. Escolheram cada detalhe para o grande dia, desde o que comer, a música ambiente e até o local da casa onde queriam dar à luz. O trabalho de parto foi o grito alto da mãe natureza que existe em cada uma delas. Por isso, contorcendo-se ou não, encaram a dor como natural e, ali, próximas de quem amam e de enfermeiras obstetras, se tornaram as donas da situação, as protagonistas na história do próprio parto.

“Coloquei velas, elementos de espiritualidade e cheiros, como os das plantas de que gosto. Raul nasceu dia 29 de março deste ano, na sala da minha casa e ao som de Maria Betânia e Milton Nascimento. Primeiro veio a dor, depois um intenso prazer e, após o nascimento, a sensação de trabalho feito e um orgulho de mim mesma, de ver como a natureza é perfeita”, comenta a historiadora e arquivista Karime Marcenes, que diz não estar voltando aos tempos das avós.

De maternidades, a professora de ioga e formada em letras Geozeli Tássia de Pinho Camargos quer distância. Depois de ter tido o seu primeiro filho, Francisco, por meio de uma cesariana, Geozeli quebrou protocolos e, mesmo que médicos dissessem ser arriscado ter um novo parto de forma natural, com risco de ruptura uterina, ela preferiu ter a sua segunda cria, Téo, dentro de casa. “Fiz desse espaço o nascimento da minha família. Mantive meu lar abastecido com castanha e mel, para me dar energia. Coloquei velas e mantras. E fiquei na plenitude do meu ninho”, conta Geozeli, que vê na sua escolha e nas de outras mulheres o avanço feminino. “É uma questão de direito sobre o próprio corpo.”

Hoje, Dia das Mães, o Bem Viver ouviu as histórias delas, que estão fazendo uma revolução na área da obstetrícia e, por isso, são consideradas as mães coragem do século 21 “A coragem está no fato de ir contra o sistema. Mais corajosas são aquelas que ainda querem ter seus bebês na frieza de um hospital”, diz Catarina Maruaia, uma de nossas personagens.

Celebração da vida

Preparar o ninho. Estar presente de corpo, alma e consciência. Ver, ouvir e sentir. Sem regras nem protocolos. O parto é a celebração da vida, momento em que a mãe é a protagonista e que a natureza (somente ela) cuida de tudo. É assim, como um grande dia de festa, que essas mulheres optam por dar à luz longe das maternidades, encarando o presente divino de serem mães. E com a coragem que lhes é tão particular, nadam contra a corrente, em um país onde mais de 80% dos nascimentos são realizados com intervenções médicas. Apesar da força, ainda são minoria. Em Belo Horizonte, menos de 50 parturientes tiveram seus filhos em casa nos últimos 10 anos, e confessam ter vivenciado sensações inesquecíveis, que se refletem na relação que hoje têm com seus filhos.

Catarina, Kalu, Geozeli, Rita e Karime, entrevistadas pelo Bem Viver, fazem parte dessa revolução silenciosa. Na certeza de que retornar à naturalidade do parto é um ato revolucionário frente à mercantilização da vida, elas vivenciaram, cada qual com sua história, a magia de pôr uma criança no mundo. Catarina Maruaia, por exemplo, escolheu dar à luz Heitor Silva, hoje com 1 ano e 2 meses, em um terreiro de candomblé, ao lado do marido. “Optei por um momento mais espiritual. Escolhi um lugar sagrado. Assim, nasci como mãe e mulher.”

A revolução foi tema para a dissertação de mestrado da psicóloga Heloísa Souza, hoje mestre em antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 2005, ela desenvolveu, em Florianópolis, a pesquisa “A beleza de nascer em casa: um olhar antropológico sobre a ética, a estética e a sociabilidade no parto domiciliar contemporâneo.” O objetivo era compreender a reinvenção da casa como lugar de nascimento na contemporaneidade. “Essa mudança não é uma simples troca de endereço, mas envolve uma série de novos comportamentos, valores e sentimentos relacionados à maneira de dar à luz nos grandes centros urbanos. São alternativas que buscam reinserir essas experiências em um contexto de afetividade, familiaridade, saúde, beleza e prazer, em contraposição à frieza, impessoalidade e, muitas vezes, violência provenientes do ambiente hospitalar”, diz.

Um outro ponto observado por Heloísa é que a recusa do hospital como um lugar de aconchego está ligado também a um estilo de vida que valoriza a autonomia, uma série de práticas nutricioniais, corporais e espirituais. “Por vezes, a ideia remete a associações com partos de indígenas ou uma certa ideia de ‘retorno’ a nossas origens primitivas. Do ponto de vista antropológico não é assim. Essa é uma visão que ‘congela’ os povos indígenas contemporâneos num passado suposto, e a maior parte desses grupos, estudados por muitos antropólogos, tem visões diferentes do que seja o natural. O maior potencial de transformação do parto natural nas sociedades modernas reside em sua vocação para tencionar as relações de poder construídas entre médicos e pacientes ao exigir o reconhecimento da potência dos corpos femininos”, diz.

RARIDADE

Na contramão de muitos especialistas, a médica Melania Amorim é a favor dessa mudança e lamenta que mais de 98% dos partos brasileiros sejam hospitalares. “Os 2% restantes são aqueles não planejados, ocorrem onde não há médicos, por exemplo. Dar à luz com planejamento fora de uma maternindade ainda é raridade.” Ela diz que as pessoas ainda associam a ideia de que, ao ter um filho em casa, uma parteira irá usar uma tesoura e um pedaço de tecido. “O parto domiciliar hoje em dia é bem assistido por profissionais preparados, que levam o equipamento necessário para eventuais emergências.”

A médica assegura que grandes estudos internacionais apontam que os partos domiciliares, quando comparados aos de baixo risco em hospitais, são semelhantes. “A diferença é que, em casa, a mulher tem satisfação maior”, defende, acrescentando que em 2011 um estudo holândes feito com 65 mil mulheres apontou que, naquele país, 25% dos partos são domiciliares e que não há aumento de riscos. “Existe um mito de que na Holanda, onde a prática é comum, há uma UTI móvel parada na porta da casa das parturientes. Isso não é verdade.”

Com a ideia de que dentro do hospital a mulher é uma paciente e em casa ela é a dona, a especialista aposta que essa revolução está na negação das parturientes a se submeterem a normas e rotinas hospitalares, e poder parir acompanhadas de quem quiser. “É uma energia completamente diferente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) encara isso como um direito reprodutivo, uma liberdade da mulher de escolher seu lugar mais seguro. Algumas vão escolher o hospital e há instituições que adotam políticas menos intervencionistas. Em muitas capitais, elas estão sendo obrigadas a dar à luz dentro de blocos cirúrgicos. O direito da mulher não está sendo respeitado”, critica.

PLACENTA

Todo o parto e as consequências têm um valor tão significativo para essas mulheres que a maioria delas enterra a placenta no quintal de casa e planta árvores por cima, como um símbolo da vida que segue. A pesquisadora Heloísa Souza afirma que aí está a forma especial que essas mães têm de encarar o mundo e de cuidar de si mesmas. Diante disso, ela afirma que o parto domiciliar não se restringe a uma ideia puramente biológica do corpo, mas evoca múltiplos sentidos. “As dores, tão decantadas como marcas do sofrimento feminino, são positivadas e consideradas forças naturais. Atravessá-las é sinônimo de força, coragem e beleza, a ponto de conduzir os participantes do parto, em alguns casos, a experiências de êxtase espiritual”, observa.


 (Kalu Brum/Divulgacao )
Na época, morava em São Paulo e lá se cobrava R$ 8 mil por um parto. Não tinha condições e resolvi vir para um hospital público de Belo Horizonte. Mas optei em ter meu filho Miguel em casa, onde acredito ser o lugar mais saudável para isso, por ser conhecido e acolhedor. Ter essa experiência é uma celebração à vida. Os hormônios presentes na hora do parto são os mesmos de uma relação sexual. A mulher vai gerando mais adrenalina, por isso a experiência chegou a ser, para mim, prazerosa. Antes, na noite anterior a dar à luz, fiquei pulando como sapo no quintal. Ninguém me mandou fazer isso, meu corpo pediu. Era a minha natureza se preparando para essa grande festa. Kalu Brum, doula




 (Maria Tereza Correia/EM/D.A)
Tive meu primeiro filho, Francisco, em 2008, fruto de uma cesárea intraparto hospitalar. Foram muitas horas de internação e durante todo o trabalho de parto sentia tudo que estava acontecendo. Mas, com a cesárea, veio uma lacuna. Perdi a frente do processo e perdi as sensações. A única coisa boa foi que tive Francisco nos braços. Quando veio Téo, não quis ir ao hospital, e, apesar de a medicina dizer ser arriscado ter um parto natural depois de uma cesárea, tive em casa, com toda segurança. Arrumei tudo: coloquei velas, mantras e comida, como mel e castanha. Tive Téo de cócoras. Muitos hospitais de BH não me deixariam ter meu filho assim, por causa do risco da ruptura uterina. A todo momento, as enfermeiras obstetras que me acompanharam no parto domiciliar, observavam qualquer sinal de risco. Fiquei no meu ninho, com uma sensação de plenitude ímpar. Geozeli Tássia de Pinho Camargos, professora de ioga e formada em letras




 (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Queria que fosse algo espiritual e resolvi parir em um terreiro de candomblé, onde meu marido foi criado. A ideia era dar um nascimento respeitoso para o meu filho e estar rodeada de pessoas que gosto. Um mês antes, dormi todos os dias no terreiro, tomava banho de ervas e participava das rezas. Quando estava com mais de 40 semanas, Heitor não nascia e o médico disse que seria preciso a cesariana caso ele não nascesse dentro de alguns dias. As enfermeiras domiciliares, então, fizeram massagens e exercícios de respiração. Heitor nasceu de forma natural. O meu primeiro grito foi contido, mas, aos poucos, tomou força como se eu fosse bicho. Nasci como mãe e mulher. Hoje, meu parto serve de inspiração para o meu convívio com Heitor. Tem coisas que não dá para acelerar, espero o momento dele. Catarina Maruaia, universitária




 (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press.)
Quando decidimos ter Maria Luiza em casa, queríamos algo íntimo e especial. Queria viver no conforto do meu lar. Não levanto uma bandeira pelo parto domiciliar. É uma experiência que não é um mar de rosas. Não tenho aquela visão romântica disso, há muita dor e um volume de sangue imenso. A mulher pode enlouquecer. Durante o trabalho de parto, virei um bicho. Não queria ninguém perto de mim, foi uma coisa instintiva. Hoje, acho incrível contar para minha filha que nascemos juntas e dizer a ela que a ajudei a nascer. Mas se ela tivesse vindo de outra forma, também seria maravilhoso. Lembro do cheiro que invadiu a nossa casa naquela noite: cheiro bom, de sangue e líquidos, de parto. Cheiro de Deus. Rita Elian, servidora pública

FAMOSAS QUE VIVENCIARAM A EXPERIÊNCIA

Mariana Maffei Feola

Em 2011, Mariana, filha da apresentadora Ana Maria Braga, escolheu trazer a pequena Joana ao mundo em casa, em São Paulo. Na época, ela declarou ter sido uma esperiência mágica.

Gisele Bündchen

Depois de oito horas de trabalho de parto e sem anestesia, a modelo deu à luz Benjamin na banheira de sua casa, em Nova York, no dia 8 de dezembro de 2009 e, na época, disse em entrevistas que não sofreu dor e sentiu que, a cada contração, o filho estava chegando mais perto dela.

Andréa Santa Rosa

No dia 10 de dezembro de 2008, a mulher do ator Márcio Garcia deu à luz Felipe em sua casa, no Rio de Janeiro. O terceiro filho do casal nasceu com a ajuda da enfermeira obstetra Heloisa Lessa. Márcio assistiu a tudo, enquanto os outros filhos dormiam.

Parteiras do século 21

Na outra ponta dessas histórias, também há outras mulheres que, no grande dia, apesar do indispensável apoio às parturientes, são visitas da casa. Equipadas para atender qualquer emergência e preparadas para entender esse desejo feminino, enfermeiras obstetras se tornaram as novas parteiras do século 21. Em Belo Horizonte, um grupo de cinco profissionais, referências no assunto, faz o serviço há cerca de 10 anos, e conta que a procura por esse tipo de parto tem aumentado na cidade, ainda que a passos lentos.

Respeitando o direito e as escolhas dessas mães, as enfermeiras explicam que não é qualquer mulher que pode dar à luz no próprio lar. Segundo conta a professora do curso de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas) e enfermeira obstetra Míriam Rêgo, para ter um bebê em casa, a mãe precisa ser gestante de baixo risco e ter feito pré-natal. “Parir em domicílio é uma questão de valor, tem a ver com a visão de mundo do casal e o que significa o parto para a mulher”, comenta.

Míriam conta que duas enfermeiras obstetras dão apoio à mulher em seu domicilio no dia de parir. Mas, antes disso, há toda uma preparação. Assim que essas enfermeiras são procuradas, elas fazem uma primeira visita à gestante. “Vamos construindo com ela a história do parto. Pedimos um plano, em que ela detalha como quer que tudo ocorra”, diz. A partir da 35ª semana de gestação, as profissionais passam a fazer visitas frequentes a essas mulheres. Na 37ª semana, esse contato se intensifica.

Quando a mulher entra em trabalho de parto, as enfermeiras, de prontidão, vão para a casa dela e levam consigo o material necessário em caso de emergência. “Levamos a bandeja de parto, com todo o material instrumental”, diz Míriam, acrescentando que sempre há um hospital de retaguarda caso haja alguma emergência. “Como há médicos que não se conformam com essa escolha da mulher, indicamos obstetras que dão esse apoio, ou seja, no dia ele está avisado sobre o parto.”

O objetivo das enfermeiras é proporcionar bem-estar à mãe e ao bebê. “Propiciamos, com massagens, músicas terapêuticas, técnicas de respiração e banhos, métodos para o alívio da dor. Quando é em um hospital, a mulher está entrando no território do profissional da saúde. Na casa delas, somos visitas. Ela é a dona da situação”, afirma Míriam, dizendo que a demanda pelo serviço em BH começou a aumentar em 2009. “É uma transformação que está ocorrendo. Nossa cultura vê o parto como um sofrimento. E essas mulheres buscam outras vivências, diferentes do modelo que está aí. A gente busca atender isso, dando segurança e tentando minimizar qualquer problema.”

CONSCIÊNCIA

A enfermeira obstetra Nelci Muller Xavier Faria, que há 30 anos teve seu filho em casa, em uma época em que as mulheres que optassem por isso eram chamada de loucas, conta que quem escolhe o parto domiciliar está consciente de que vai usar métodos não farmacológicos. “Geralmente, são pessoas que não veem a questão da dor como um problema. São mulheres mais ligadas ao corpo e ao bem-estar”, diz, contando que a parturiente tem a liberdade de escolher a posição e o local onde se sinta mais confortável. “A criança nasce onde a mãe achar mais conforto. Muitas vezes, ela prepara o ninho, mas na hora H acaba sendo em outro lugar”, diverte-se.

O trabalho de parto, segundo as enfermeiras, pode demorar entre duas e 24 horas. A presença das doulas (acompanhantes de parto profissionais, responsáveis pelo conforto físico e emocional da parturiente) também é outro ponto forte para o grande dia. Kalu, depois que teve seu filho em parto domiciliar, gostou tanto da experiência que fez curso para ser doula e passou a fotografar os partos. “Criei um blog, chamado Mamíferas, em que escrevo sobre essa nossa revolução. A página, hoje, tem 2 mil acessos diários. As mulheres não querem mais se submeter a condições humilhantes e agressivas para terem seus bebês”, afirma, dizendo que cada uma tem um jeito particular de lidar com a vida. “É uma experiência ritualística.”

Depois de dar apoio às mulheres, as enfermeiras e doulas ainda acompanham a mãe e o bebê no pós-parto. “Aconselhamos na amamentação e verificamos se está tudo bem com eles. Geralmente, o pós-parto é muito mais tranquilo”, comenta Nelci.


Observação: Optamos por extrair a última parte da entrevista, por não concordarmos com o que foi dito pelo médico. Para ver a matéria inteira, acessem - Jornal de BH Em.com.br

6 de mai. de 2012

Campanha de Valorização do Ofício da Parteira Tradicional

No dia 05 de maio foi o Dia Internacional da Parteira. O Grupo Curumim, em parceria com o Instituto Nômades, lançou uma campanha para promover a valorização do ofício da parteira tradicional. Segue material sobre a campanha:


"A partir desta quarta-feira (03), o Grupo Curumim lança campanha para promover a valorização do ofício e dos saberes das parteiras tradicionais, entre essas quilombolas e indígenas, ressaltando sua contribuição na promoção da saúde das mulheres e das crianças, bem como o reconhecimento do parto domiciliar assistido por parteiras tradicionais no Sistema Único de Saúde. A iniciativa conta com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos e parceria com o Instituto Nômades.

A campanha é composta por três VTs e spots nos quais diferentes gerações de parteiras de Pernambuco e Paraíba falam sobre o ofício. A campanha também solicita o reconhecimento dos saberes e práticas das parteiras como patrimônio imaterial brasileiro. No dia 05 de dezembro de 2011, o Instituto Nômades encaminhou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) um inventário e uma solicitação do registro do Ofício da Parteira Tradicional como bem cultural de natureza imaterial que compõe o patrimônio cultural brasileiro, conforme instituído pelo Decreto Nº 3551/2000.

Além de buscar reconhecer os saberes acumulados por essas mulheres e valorizar o ofício, o requerimento do registro é uma demanda da sociedade civil pelo emprego do instrumento legal de salvaguarda do Governo Federal, cujo objetivo principal é propiciar condições para a continuidade da transmissão desses conhecimentos e saberes de importância para a identidade nacional. A solicitação pretende contribuir para reverter a situação de fragilidade do ofício de partejar, superando dificuldades de transmissão e desvalorização diante da tecnologia e conhecimento biomédico.

Dados locais – Em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, existem 871 parteiras atuando nas 11 áreas territoriais cobertas pelas suas gerências: 776 atuam na área rural, 56 na área urbana e 39 nas áreas rural e urbana. No Brasil, as milhares de parteiras cumprem um importante papel na promoção da saúde das mulheres e das crianças, principalmente nas comunidades rurais, ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Inclusive porque, em geral, elas atuam em comunidades isoladas, onde os serviços públicos básicos (hospitais, delegacias, etc) são escassos.

Trabalho no Brasil – “No Brasil, anualmente, em média são realizados 41 mil partos domiciliares, desses a maioria é assistido por parteiras tradicionais. Mesmo sendo dados subnotificados ao Sistema de Informação à Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS), os números nos dão a visão de que as parteiras tradicionais existem e que seus trabalhos deveriam estar dentre as preocupações de gestores e profissionais de saúde de todas as regiões, principalmente a região Norte, Centro Oeste e Nordeste. Além disso, o parto domiciliar assistido por parteira tradicional é um direito reprodutivo reconhecido por autoridades nacionais e internacionais de saúde, porém a existência no Estado Brasileiro de Marcos Legais e Políticos que respaldam e garantem a implantação de políticas públicas de inclusão do trabalho desenvolvido por parteiras tradicionais, não tem, no entanto, se revertido em mudanças significativas no trabalho e na qualidade de vida dessas mulheres guerreiras”, afirma Paula Viana, coordenadora do Programa Parteiras, do Grupo Curumim.
Trabalhando nos centros urbanos e no interior, estas mulheres são responsáveis pelo cuidado de centenas de gestantes, além de serem verdadeiras guardiãs de formas culturais tradicionais de conceber e de serem agentes para redução das mortes maternas. O desafio, no entanto, é garantir, minimamente, o reconhecimento da atividade e o direito a aposentadoria destas trabalhadoras. Atualmente, apesar de dedicarem toda uma vida ao partejar, não tem direitos trabalhistas nem sociais garantidos, mais um reflexo da desigualdade de gênero que atinge de forma mais intensa as mulheres pobres, indígenas e negras.

“As parteiras tradicionais são o elo entre a comunidade e os serviços de saúde. Em muitas localidades, onde não há médicos, são elas que tomam conta da saúde da população e, muitas vezes, fazem a articulação para levar as pessoas para os postos de saúde ou hospitais das cidades vizinhas”, destaca Paula Viana, enfermeira obstetra e coordenadora do Grupo Curumim.

DADOS – 1 em cada 4 mulheres relata maus tratos durante o parto na rede pública e privada(Perseu Abramo). – Segundo DataSUS, quase metade dos partos realizados no Brasil em 2008 foram cesáreos(1.419.745). 2 – Em Pernambuco, a realidade não difere do panorama nacional: quase metade dos partos foram cesáreas também (65.285). 3 – Em 2008, o DataSUS registrou 832 partos domiciliares em Pernambuco. No Brasil, foram 32.744 partos em casa. 4 – Entre 2000 e 2007 aumentaram os casos de nascidos via parto cesárea com baixo peso (menos de 2,5 kg). – Segundo dados da Secretaria de Saúde de Pernambuco, pelo menos 871 mulheres atuam como parteiras tradicionais. – Dos 185 municípios de Pernambuco, 71% (131) declararam ter parteiras em seu território."


2° Encontro Projeto Ciranda Grávida

Aconteceu no dia 28.04 o 2° Encontro do Projeto Ciranda Grávida.  Contando com a presença de casais grávidos e não grávidos, e também de crianças, o tema deste sábado foi o "Parto de Várias Vidas". Teremos outros encontros sobre o parto onde trabalharemos temas importantes, como Violência Obstétrica e Plano de Parto. Desta vez, durante o Momento Educação Perinatal, passamos 2 vídeos: um sobre a maternidade Sofia Feldman (o SUS que dá certo!) e outro sobre o Hanami - O florescer da vida! A idéia era expor as várias possibilidades de assistência ao parto e tecer diálogos sobre expectativas dos presentes e as possibilidades que temos na cidade de Natal, RN. 


Optamos por utilizar o auditório do Instituto Social Íris, para facilitar a projeção dos vídeos, mas tivemos um imprevisto pela manhã com o aparelho multimídia disponível, o quê atrasou um pouco o início do  dia, pelo qual pedimos desculpas aos presentes!


Todos concentrados no que estava sendo mostrado. 


Desta vez, durante a divulgação do evento, pedimos que os participantes trouxessem comida para compartilharmos durante o intervalo, mas apenas um casal o fez. Assim, ficamos com eles dialogando mais sobre parto e degustando duas saladas deliciosas!

À tarde, durante o Momento A.M.A. (Arte é Meditação para o Auto-Conhecimento), preparamos o Ninho de Luara. No início dançamos um toré (dança da tradição indígena brasileira) para chamar nossas ancestrais. E em seguida, acolhemos Luara e seu bebê (Saiba mais sobre o Ninho de Luara).

No círculo pro Toré, sorrisos livres. 

Após carícias com  cheiros de terra e ervas, tecemos um pouco sobre o poder que habita cada uma, fonte primordial de vida e energia para seguir adiante durante o parto. Com espelho em mãos, tivemos a oportunidade de olhar nos olhos e buscar a leoa que há em cada um de nós, sempre enfatizando também a importância de nos sentirmos protegidas e seguras externamente para que esta força se faça cada vez mais e mais presente. Como isto em mente, fomos então nos conectar com o elemento terra, do qual somos filhos e parte, criando esculturas a partir da argila. 


Mãos de criadores, arte em movimento. 

Finalizamos nosso dia com a apresentação de nossas esculturas, seguido de um mutirão pra limpar o espaço. Gratidão à todos os presentes pelos olhos atentos, mãos cheias de amor e doação, e palavras com tanta energia boa! É por causa deste retorno que nós da R.A.M.A. seguimos na busca por mais respeito na assistência ao parto na cidade de Natal. Há ainda muito trabalho pela frente, mas o caminhar de formiguinha que se faz nestes encontros são essenciais pro fortalecimento da mulher, peça-chave de todo este processo. E vamos à luta! Até a próxima Ciranda Grávida!

1 de mai. de 2012

Ação R.A.M.A. no CRAS África, Redinha

No dia 25.04.2012 a R.A.M.A. realizou ação no CRAS da Comunidade África, na Redinha. Contando com a presença de mais de 15 mulheres grávidas, Regine Marton e Bia Barbalho, representantes da R.A.M.A., iniciaram a Roda de Discussão trazendo temas como Direitos da Mãe e do Bebê, Fisiologia do Parto, Riscos da Cesárea, partindo do que era conhecido pelas presentes e indo ao encontro do desconhecido. Enfatizando as experiências das mulheres e suas histórias de vida, o encontro teve foco na realidade do SUS em Natal e no fortalecimento da mulher como agente consumidor desta realidade, desmistificando a medicalização do parto e colocando a gravidez e parto como um momento feminino e da família.
A R.A.M.A. está aberta a apoiar grupo de gestantes de CRAS e Unidade de Saúde, a idéia é que o Projeto Ciranda Grávida que já realizamos mensalmente possa chegar a outros lugares. Estamos com o intuito de dar continuidade a estas cirandas no CRAS África, e qualquer pessoa interessada está bem-vinda a nos procurar pra replicação do Projeto em sua localidade.